terça-feira, 12 de maio de 2015

Coletivo da zona oeste promove eventos culturais a bordo de Kombi

Banda Ouro e Chá e Camila Brasil no último evento do Jazz na Kombi. Foto: Patrícia Lima

















Com o freio de mão puxado, som alto e portas abertas, a Kombi do jazz ocupa espaços púbicos da cidade com muita cultura e estilo


Criado há cerca de um ano por quatro amigos e amantes da boa música com o objetivo de disseminar o jazz de forma gratuita, o coletivo Jazz na Kombi reúne bandas alternativas em div
ersos lugares da cidade, transformando espaços públicos em verdadeiros palcos de apresentações musicais. 

“No início, nós utilizávamos a Kombi para transportar equipamentos de outro projeto, que realizávamos na periferia. Certa vez, comprei diversos discos de jazz e passei a ouvi-los na Kombi, a vibe era tão boa que decidimos compartilhar... Pensamos: Por que não abrimos as portas da Kombi e fazemos um evento? E assim nasceu o Jazz na Kombi”, conta o poeta Giovani Baffô, que integra o coletivo juntamente com a esposa e psicopedagoga Carul Laerte, e os amigos Leonardo Sarmento e Thiago Calli.

O “show itinerante”, que começou apenas com discos de jazz e a venda de cerveja, hoje conta com a participação de diferentes bandas e já passou por mais de 40 cidades da Grande São Paulo e Interior. Andança que, além de democratizar o acesso à música, antes “elitizada”, também apresenta ao público novos talentos do jazz e da música popular brasileira. “Nós temos bandas parceiras e também recebemos muito material de bandas novas em nossa página, mas sempre tentamos manter 70% de jazz em nossos eventos”, explica Baffô. 

Sem apoio financeiro de editais ou projetos do governo, o coletivo segue levando o som de forma totalmente independente, se mantendo com a venda de bebidas durante os eventos e das camisetas personalizadas da “marca”. Fonte de renda, que somada às parcerias e boa vontade, são mais do que suficiente para que o grupo continue ocupando espaços públicos e emanando sua sintonia pela cidade. Basta abrir as portas da “Kombosa” e aumentar um pouco o volume, que o show acontece. Em seus último evento, realizado no Parque Arariba, extremo da Zona Sul, o grupo reuniu, sob garoa fina e vento gelado, cerca de 100 pessoas, entre artistas, membros de coletivos e simpatizantes do jazz, que cantaram e dançaram com as bandas convidadas. 

“O que eu acho mais bonito é que a qualidade musical e cultural dos eventos são de altíssimo nível, e é tudo de graça, ocupando espaços públicos. Isso é  resistência, é liberdade de expressão e é autonomia, e o melhor: é tudo de graça e ‘da ponte pra cá’”, analisa João Aquino, 25, que é morador do Parque Ypê e costuma prestigiar os eventos promovidos pelo coletivo.

Além das ações realizadas esporadicamente aqui e acolá, o Jazz na Kombi também promove eventos periódicos, entre eles o “Iquiririm Jazz Festival” que acontece mensalmente na Rua Iquiririn, no Butantã , o  “Favela Jazz  Festival” e o “Menor Festival de Jazz do Mundo”, realizados uma vez ao ano. 

Curtiu? Também é possível acompanhar o itinerário da Kombi do jazz por meio de sua página no Facebook. facebook.com/jazznakombi 

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